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3 de janeiro de 2012

“Só um Deus nos poderá salvar”


Por Leonardo Boff

01/01/2012
Esta frase não vem de algum Papa mas de Martin Heidegger (1889-1976), um dos mais profundos filósofos alemães do século XX, numa entrevista dada ao semanário Der Spiegel no dia 23 de setembro de 1966 mas somente publicada no dia 31 de maio de 1976, uma semana após a sua morte. Heidegger sempre foi um observador atento dos destinos amedrontadores de nossa civilização tecnológica. Para ele a tecnologia como intervenção na dinâmica natural do mundo para benefício humano, penetrou de tal maneira em nosso modo de ser que se transformou numa segunda natureza.
Hoje em dia não podemos nos imaginar sem o vasto aparato tecnocientífico sobre o qual está assentada nossa civilização. Mas ela é dominada por uma compulsão oportunística que se traduz pela fórmula: se podemos fazer, também nos é permitido fazer sem qualquer outra consideração ética. As armas de destruição em massa surgiram desta atitude. Se existem, por que não usá-las?
Para o filósofo, uma técnica assim sem consciência, é a mais lídima expressão de nosso paradigma e de nossa mentalidade, nascidos nos primórdios da modernidade, no século XVI, cujas raízes, no entanto, se encontram já na clássica metafísica grega. Esta mentalidade se orienta pela exploração, pelo cálculo, pela mecanização e pela eficiência aplicada em todos os âmbitos, mas principalmente em relação para com a natureza. Essa compreensão entrou em nós de tal maneira que reputamos a tecnologia como a panacéia para todos os nossos problemas. Inconscientemente nos definimos contra a natureza que deve ser dominada e explorada. Nós mesmos nos fizemos objeto de ciência, a ser manipulados, nossos órgãos e até nossos genes.
Criou-se um divórcio entre ser humano e natureza que se revela pela crescente degradação ambiental e social. A manutenção e a aceleração deste processo tecnológico, segundo ele, pode nos levar a uma eventual autodestruição. A máquina de morte já está há decênios construída.
Para sair desta situação não são suficientes apelos éticos e religiosos, muito menos a simples boa-vontade. Trata-se de um problema metafísico, quer dizer, de um modo de ver e de pensar a realidade. Colocamo-nos num trem que corre célere sobre dois trilhos e não temos como pará-lo. E ele está indo ao encontro de um abismo lá na frente. Que fazer? Eis a questão.
Se quiséssmos, teríamos em nossa tradição cultural, uma outra mentalidade, nos presocráticos como Heráclito entre outros, que ainda viam a conexão orgânica entre ser humano e natureza, entre o divino e o terreno e alimentavam um sentido de pertença a um Todo maior. O saber não estava a serviço do poder mas da vida e da contemplação do mistério do ser. Ou em toda a reflexão contemporânea sobre o novo paradigma cosmológico-ecológico que vê a unidade e a complexidade do único e grande processo da evolução do qual todos os seres são emergências e interdependentes. Mas esse caminho nos é vedado pelo excesso de tecnociência, de racionalidade calculatória e pelos imensos interesses econômicos das grandes corporações que vivem deste status quo.
Para onde vamos? É neste contexto indagações que Heidegger pronunciou a famosa e profética sentença:”A filosofia não poderá realizar diretamente nenhuma mudança da atual situação do mundo. Isso vale não apenas para a filosofia mas principalmente para toda a atividade de pensamento humano. Somente um Deus nos pode salvar (Nur noch ein Gott kann uns retten). Para nós resta a única possibilidade no campo do pensamento e da poesia que é preparar uma disposição para o aparecimento de Deus ou para a ausência de Deus em tempo de ocaso (Untergrund); pois, nós, em face do Deus ausente, vamos desaparecer”.
O que Heidegger afirma está sendo também gritado por notáveis pensadores, cientistas e ecólogos. Ou mudamos de rumo ou a nossa civilização põe em risco o seu futuro. A nossa atitude é de abertura a um advento de Deus, aquela Energia poderosa e amorosa que sustenta cada ser e o inteiro universo. Ele nos poderá salvar. Essa atitude é bem representada pela gratuidade da poesia e do livre pensar. Como Deus, segundo as Escrituras, é “o soberano amante da vida”(Sabedoria 11,24), esperamos que não permitirá um fim trágico para o ser humano. Este existe para brilhar, conviver e ser feliz.
Veja do autor o livro Proteger a Terra-Cuidar da vida: como evitar o fim do mundo, Record, Rio de Janeiro 2010.

2012: ano de resistência e de resiliência


2012: ano de resistência e de resiliência

03/01/2012

Por leonardo boff
Os cenários da situação da humanidade, especialmente nos países centrais, são perturbadores. As crises escondem grande padecimento humano, especialmente dos mais vulneráveis dos quais quase ninguém fala.
Face a esta situação devemos resistir e viver a resiliência, vale dizer, aquela atitude de enfrentar com destemor os problemas, dar a volta por cima e aprender dos revezes da vida, pessoal e coletiva.Isso se impõe se a crise geral atingir também nosso pais, o que não é impossível. O importante é não se resignar mas manter a vontade de mudar e crescer. Neste contexto, lembrei-me de um mito antigo da área mediterrânea da Europa por mim já referido em outros escritos.
De tempos em tempos, reza o mito, a águia, como a fênix egípcia, se renova totalmente. Ela voa cada vez mais alto até chegar próxima ao sol. Então as penas se incendeiam e ela toda começa a arder. Quando chega a este ponto, se precipita do céu e se lança qual flecha nas águas frias do lago. Através desta experiência de fogo e de água, a velha águia rejuvenesce totalmente. Volta a ter penas novas, garras afiadas, olhos penetrantes e o vigor da juventude. Seguramente este mito subjaz ao salmo 103 onde se diz:”O Senhor faz com que minha juventude se renove como uma águia”.
Fogo e água são opostos. Mas quando unidos, se fazem poderosos símbolos de transformação. Segundo a psicologia do profundo de C. G. Jung, o fogo simboliza o céu, a consciência e as dimensões masculinas no homem e na mulher. A água, ao contrário, a terra, o inconsciente e as dimensões femininas no homem e na mulher. Passar pelo fogo e pela água significa, portanto, integrar em si os opostos e crescer na identidade pessoal. Ninguém ao passar pelo fogo ou pela água permanece intocado. Ou sucumbe ou se transfigura, porque a água lava e o fogo purifica.
A água nos faz pensar também nas grandes enchentes que temos assistido, estarrecidos, em janeiro de 2011 nas cidades serranas do Estado do Rio, especificamente na minha na qual vivo, Petrópolis. Assistimos aqui a um verdadeiro tsunami que carregou tudo que estava pela frente, matando centenas de pessoas e deixando um sem número de desabrigados. São tragédias, evitáveis mas que acontecem e que devemos enfrentá-las com coragem. O fogo nos faz imaginar as fornalhas que queimam e acrisolam tudo o que não é essencial, deixando ouro ou o ferro puros. São as notórias crises existenciais. Ao fazermos esta travessia dolorosa e purificadora, deixamos aflorar o nosso eu profundo. Então amadurecemos para aquilo que é autenticamente humano. Quem recebe o batismo de fogo e de água rejuvenesce como a águia do mito antigo.
Mas indo diretamente ao assunto: que significa concretamente rejuvenescer como águia? Significa entregar à morte tudo aquilo que de velho existe em nós para que o novo possa irromper e ser integrado. O velho em nós são os hábitos e as atitudes que não nos engrandecem, como a falta de solidariedade para com os pobres, as palavras duras para com os familiares, a vontade de ter razão em tudo, o descuido para com o lixo, o desperdício da água e nossa surdez face ao que a natureza nos quer dizer. Tudo isso deve ser entregue à morte para podermos inaugurar uma forma sustentada de convivência entre os humanos e com os demais seres da criação. Numa palavra, significa morrer para ressuscitar.
Rejuvenescer como águia significa também desprender-se de coisas que um dia foram boas e de idéias que foram luminosas mas que lentamente se tornaram ultrapassadas e incapazes de inspirar o caminho da vida.
Rejuvenescer como águia significa ter coragem para recomeçar e estar sempre aberto a escutar, a aprender e a revisar. Em outras palavras, viver concretamente a resiliência. Não é isso que nos propomos cada ano?
Que o ano de 2012 que acaba de se inaugurar, seja oportunidade de perguntar o quanto de galinha existe em nós que não quer outra coisa senão ciscar o chão ou o quanto de águia ainda há em nós, disposta a rejuvenescer, a desenvolver resiliência e a confrontar-se corajosamente com os tropeços e as crises da vida.

Documentos da Aeronáutica revelam óvnis "gelatinosos" e do tamanho de "transatlânticos"


publicado em 22/09/2010 às 19h35:

Documentos da Aeronáutica revelam óvnis
"gelatinosos" e do tamanho de "transatlânticos"

Relatos, que antes eram confidenciais, agora estão no Arquivo Nacional
Do R7
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Do tamanho de “transatlântico” ou de um “boeing”, com aspecto “gelatinoso” e movimento de “limpador para-brisa”. Esses são alguns dos termos usados por observadores para descrever óvnis (objetos voadores não identificados) vistos no Brasil. As informações são de documentos oficiais da Aeronáutica, que eram mantidos em sigilo, mas que agora vieram a público e estão à disposição do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro.
Esses relatos, catalogados pela Aeronáutica nesta década, foram feitos por pessoas que viram esses objetos no céu enquanto estavam no chão e também por pilotos de avião, que avistaram os óvnis durante suas viagens. Antes, já haviam sido abertos os arquivos referentes a essas ocorrências até os anos 90. Com os novos documentos, o que os ufólogos (pessoas que estudam o assunto) querem é conhecer melhor esses casos.
Em julho de 2007, por exemplo, um guia de turismo de Manaus entrou em contato com as autoridades para informar que havia visto dois flashes “claros e luminosos”, na cor branca, abaixo do nível das nuvens, com “lento deslocamento lateral”. Os objetos vistos por eles eram “meio gelatinosos”, segundo o relato, classificado até agora como “confidencial”.
Outros testemunhos são mais misteriosos. Em janeiro de 2000, um homem de Foz do Iguaçu diz ter recebido de alguns extraterrestres a mensagem de que eles “iam dominar a Terra”.
– No avistamento de ontem, apareceram uma nave mãe em forma de balão e milhares de outros objetos quadrados e brilhantes. Estes [objetos] seguiram uma aeronave da Varig até que esta desaparecesse nas nuvens. Os objetos retornaram e formaram um Cruzeiro do Sul [constelação do Hemisfério Sul].
Apesar disso, o oficial da Aeronáutica que coletou o relato diz ter ligado para o aeroporto local e os operadores informaram que não houve qualquer sinal suspeito no radar.
Também em 2000, o piloto de um avião que voava próximo a Petrolina, em Pernambuco, diz ter visto uma luz branca, como se fosse a de um farol. De acordo com ele, o óvni trafegava como uma aeronave com faróis acesos, mas sem qualquer outra luz de navegação. Após cerca de um minuto, a luminosidade acabou sem motivo aparente.
Outros relatos indicam que os óvnis podem ter o formato de animais. Um morador de Caiobá, no Paraná, diz ter visto um objeto esquisito, de cor vermelha, tamanho de transatlântico e forma de caranguejo. O oficial que coletou o relato fez questão de ressaltar que o homem estava “lúcido” enquanto contava sua experiência.
– O observador não aparentava ter feito uso de drogas ou bebida alcoólica. O seu depoimento foi lúcido e lógico, demonstrando apenas ter medo do que viu.
O pesquisador britânico Andy Thomas, considerado um dos mais conceituados pesquisadores de objetos voadores não identificados, disse ao Jornal da Record que é importante abrir esses arquivos. Entretanto, segundo ele, o governo ainda deve manter em sigilo os casos mais importantes.
– De qualquer maneira, a comunidade científica vai instantaneamente atrás da informação nova para entender e conseguir ter um cenário completo do que vem acontecendo.
Uma portaria publicada no Diário Oficial da União no mês passado regulamenta como a Aeronáutica deve lidar com assuntos ligados a óvnis no espaço aéreo nacional. Segundo o documento, o Comando da Aeronáutica (Comaer) deve se encarregar apenas do registro de ocorrências e do seu encaminhamento para o Arquivo