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19 de abril de 2014

Exoplaneta do tamanho da Terra foi descoberto


Posted by  on April 19, 2014
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Descoberto o primeiro exoplaneta do tamanho da Terra em zona habitável em seu sistema solar
O planeta denominado como Kepler-186f orbita uma estrela Anã M, ou uma Anã Vermelha a cerca de 500 anos-luz da Terra. 
Sua distância do astro permite que ela tenha água em estado líquido, elemento fundamental para a existência da vida.
Tradução, edição e imagens:  Thoth3126@gmail.com
Encontrado um planeta do tamanho da Terra em zona habitável de outra estrela (sol)
Editor de produção: Dr. Tony Phillips | Crédito: Science @ NASA
Abril 17, 2014: Usando o telescópio espacial Kepler, da NASA, astrônomos descobriram o primeiro planeta em “zona habitável” do tamanho da Terra orbitando uma outra estrela. O planeta, denominado por “Kepler-186F” orbita uma estrela Anã M, ou anã vermelha, uma classe de estrelas que compõe 70 por cento das estrelas na galáxia da Via Láctea. A descoberta do Kepler-186F confirma  que planetas do tamanho da Terra existem na zona habitável de outras estrelas além do nosso sol.
Cientistas anunciaram a descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar de tamanho similar ao da Terra e onde pode existir água em estado líquido, o que, em tese, o torna habitável. O exoplaneta, denominado Kepler-186f, foi identificado por pesquisadores da NASA usando o telescópio Kepler, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (17) na revista científica “Science”.
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Ilustração da Nasa mostra comparação entre o tamanho da Terra e o de Kepler-186f (Foto: Nasa)
“A intensidade e o espectro da radiação do Kepler-186f o colocam na zona estelar habitável, implicando que, se ele tiver uma atmosfera como a da Terra, então uma parte de sua água provavelmente está em forma líquida”, diz o estudo. O telescópio Kepler permite identificar planetas em sistemas distantes medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam quando passam na frente das estrelas que orbitam, ou seja, o equipamento não “enxerga” o planeta diretamente.
O Kepler-186f, que orbita a estrela anã Kepler-186, fica na constelação do Cisne (Cignus), a cerca de 500 anos-luz da Terra. Ele é o quinto e mais afastado de um sistema de cinco planetas, todos com tamanho parecido com o da Terra. “É extremamente difícil detectar e confirmar planetas do tamanho da Terra, e agora que encontramos um, queremos encontrar mais”, disse em uma teleconferência Elisa Quintana, cientista pesquisadora no Instituto SETI no Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett Field, na Califórnia, e principal autora do artigo publicado hoje na revista Science.“Os primeiros sinais de outras formas de vida existentes na galáxia podem muito bem vir de planetas orbitando uma estrela Anã M”.
Descobertas do Kepler
Em fevereiro, a agência espacial americana anunciou que o telescópio Kepler, que orbita a 149,5 milhões de quilômetros da Terra há cinco anos, tinha acrescentado 715 exoplanetas à lista de mil corpos planetários que orbitam estrelas a uma distância que torna possível a existência de água e, portanto, de vida como a conhecemos.
A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.
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O diagrama compara os planetas do nosso sistema solar interior e o sistema solar de Kepler-186, um sistema com cinco planetas a distância de cerca de 500 anos-luz da Terra, na constelação de Cygnus.
Embora o tamanho do Kepler-186F seja conhecido, a sua massa e composição não estão determinados. Uma pesquisa anterior, no entanto, sugere que um planeta do tamanho de Kepler-186F é provável que seja rochoso como a Terra.
“A descoberta de Kepler-186F é um passo significativo no sentido de encontrar mundos como o nosso planeta Terra”, disse Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica da NASA na sede da agência em Washington.
Os próximos passos na busca por vida distante inclui um olhar para os verdadeiros terrestres gêmeos – planetas do tamanho da Terra orbitando dentro da zona habitável de uma estrela parecida com o Sol – e medir as suas composições químicas. O telescópio espacial Kepler, que simultânea e continuamente vem medindo o brilho de mais de 150.000 estrelas (sóis), é a primeira missão da NASA capaz de detectar planetas do tamanho da Terra em torno de estrelas como o nosso sol.
Olhando para o futuro, Hertz disse, “as futuras missões da NASA, como Transiting Exoplanet Survey Satellite e James Webb Space Telescope, vai descobrir os exoplanetas rochosos mais próximos do nosso sistema solar e determinar sua composição e as condições atmosféricas, continuando a busca da humanidade para encontrar mundos habitáveis verdadeiramente semelhantes à Terra.”

Brasil, Monte Roraima – Uma escalada ao mundo perdido


Posted by  on April 19, 2014

Monte Roraima – Uma escalada ao mundo perdido
Idílico, lendário, amaldiçoado, inatingível, misterioso. Poucos locais congregam tamanha aura de fábula e mistério quanto o Monte Roraima, de 2.739 metros.Encravado no extremo norte do Brasil, na fronteira com a Guiana e a Venezuela, o Monte Roraima é uma gigantesca chapada com paredões íngremes de arenito rajado de mais de 500 metros de altura. O Roraima irrompe abrupto da Floresta Amazônica como as falésias de uma ilha num oceano verde. Quase sempre oculto pela neblina, o topo é açoitado por vendavais. . .
Por   Thoth3126@gmail.com
. . . O primeiro europeu a avistar o Roraima foi o poeta e explorador inglês sir Walter Raleigh (1552-1618). Em “A descoberta da Guiana” (1596), o relato de sua busca do Eldorado, a lendária cidade de ouro perdida na selvaRaleigh fala de
“uma “montanha de cristal”. Lá em cima, havia uma cachoeira. Penso não existir no mundo catarata tão estranha nem tão maravilhosa ao olhar. Nenhum homem ascendeu ao topo da montanha. O caminho era intransponível”.
Localização do Monte Roraima, na tríplice fronteira, entre Brasil, Venezuela e Guiana.
Intransponível é um certo exagero. Quase 300 anos depois, em 1886, o botânico inglês sir Everard im Thurn descobriu um caminho para subir ao topo, pela Venezuela. O primeiro brasileiro a chegar lá em cima foi o marechal Cândido Rondon. Em 1927, ele fincou ali a pedra que demarca a tríplice fronteira entre Brasil, Guiana e Venezuela. Mas a imponência da montanha permaneceu um desafio para os escaladores por mais um século. Só nos anos 1970 uma equipe inglesa conseguiu chegar ao topo pela parede.
O feito foi repetido apenas duas vezes, por equipes americanas. Um grupo brasileiro também chegou ao topo, em 1991, mas pelo lado nacional, onde a parede é bem mais baixa. Em janeiro, pela primeira vez um trio de escaladores brasileiros conquistou a face mais desafiadora do Roraima.
Monte Roraima UM LOCAL SAGRADO E CHEIO DE MISTÉRIOS NO NORTE DO BRASIL
Há séculos a montanha fascina exploradores. Ela inspirou sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, na ambientação de O mundo perdido (1912), romance sobre uma expedição a um platô esquecido na Amazônia, infestado por dinossauros. Para os índios pemons da Venezuela, o monte é Roraimu, o “gigante azul” (de rora, azul, e imü, grande), o lar de Makunaíma, o deus da tempestade.
Em 2007, o fascínio do Roraima levou os desenhistas do estúdio de animação Pixar a viajar pelo topo (em helicópteros) para estudar sua vegetação e relevo. O Roraima foi o modelo do Paraíso das Cachoeiras de Up – Altas aventuras (2009), o cenário inóspito que o rabugento Carl e sua amada, Ellie, sonhavam explorar desde a infância. “O Roraima é a parede mais exótica do Brasil. A montanha é mágica”, diz o paulista Eliseu Frechou, de 41 anos, 26 deles dedicados à escalada em rocha.
Frechou e seus amigos, o fotógrafo Marcio Bruno de Almeida, de 35 anos, e o empresário Fernando Leal, de 50, embarcaram em 9 de janeiro num helicóptero Long Ranger na cidadezinha venezuelana de Santa Elena de Uairén. Após uma hora de voo e 130 quilômetros de floresta, já no território da ex-Guiana Inglesa, o helicóptero atingiu a base do maciço rochoso.
O piloto venezuelano, Rafael, flanqueou a falésia à procura de uma clareira. Não havia. Avistou uma brecha na mata e gritou: “É aqui. Pulem que daqui eu não passo”. Os brasileiros jogaram 170 quilos de equipamento – e saltaram. “A gente resolve a vida assim, em 30 segundos. O caminho é sem volta”, diz Frechou.
Em 2008, a equipe havia decolado num helicóptero de Boa Vista, em Roraima, mas não conseguiu pousar. “O piloto deu para trás”, diz Frechou. “A montanha é assustadora. Está sempre coberta de nuvens. Estamos na linha do Equador, tudo a nossa volta é tropical, mas o Roraima está sempre frio e com chuva. Rafael é o cara.” A decisão de voar até a montanha pela Venezuela e escalar pelo lado da Guiana foi estratégica. “A parte brasileira do monte fica num parque nacional, e para chegar nele é preciso passar pela reserva indígena Raposa-Serra do Sol. É preciso pedir permissão à burocracia do governo”, diz Frechou. “Na Guiana não há nada disso. E as paredes são maiores.”
 ALTAS AVENTURAS Com a vida dependendo das cordas que o sustentam, o montanhista Eliseu Frechou lidera a subida do Monte Roraima
O trio viveu 12 dias enganchado na parede do Roraima até atingir o topo, em 22 de janeiro. Foram 650 metros de ascensão, sendo 500 metros de rocha vertical. “Eu já escalei no frio e no deserto, mas nunca tinha escalado num lugar tão inóspito e selvagem.” A afirmação não é trivial. Instrutor de escalada, Frechou mora em São Bento do Sapucaí, São Paulo, com a mulher e os três filhos moleques.
De sua janela se vê a Pedra do Baú, uma das paredes mais difíceis do país, onde treina desde adolescente. Seu currículo inclui os mais perigosos desafios geológicos verticais do planeta. Em 1994, enfrentou em nove dias os 850 metros do El Capitan, no Parque Yosemite, na Califórnia.
Em 1996, foi ao Mali para subir em seis dias – a temperaturas de até 53 graus célsius – os 550 metros do Kaga-Tondo, no Deserto do Saara. Frechou subiu dezenas de paredes no mundo. Faltava o Monte Roraima. Para chegar à base da parede, os brasileiros cruzaram 1 quilômetro de pântano com lama pelas canelas.
Aproveitaram a luz da tarde para estudar a parede e, traçando rotas imaginárias no penhasco, escolher a que parecia ser a melhor – ou a única viável. Em 10 de janeiro, o primeiro dia da escalada, acordaram às 4h30, tomaram café, comeram frutas secas e cereais. Às 6 horas estavam na parede. Márcio Bruno liderava. “O começo me aterrorizou um pouco”, diz. “Tinha muita rocha podre.
Passei a corda numa pedra maior que uma bola de basquete. Ela se mexeu. Devia pesar uns 40 quilos. Se tivesse rolado, nos arrastaria parede abaixo.” Frestas e brechas com pedra solta, terra e sujeira – além de escorpiões-negros que infestam toda a parede – eram uma constante.
Apesar da instabilidade da rocha, no fim do dia eles venceram os primeiros 120 metros. Dormiram num platô. No dia 11, a parede deixou de ser vertical para ganhar inclinação negativa. Os homens, agarrados à rocha, viraram lagartixas. Nos três dias seguintes, eles avançaram 200 metros. Paravam quando achavam um platô com espaço para amarrar os equipamentos e a si próprios nos sacos de dormir. Dormiam enganchados à beira do abismo.
“Na tarde do quinto dia, o tempo ficou ruim. Começou a chover”, diz Frechou. No sexto dia, eles chegaram a um platô de 4 metros quadrados. E ficaram. “Foram quatro dias amarrados na parede, dormindo um por cima do outro, sem poder se esticar. Prendemos uma lona para nos proteger do vento, mas não havia jeito. A chuva era torrencial. A água escorria pela parede. Ficamos encharcados.” A única boa lembrança daqueles dias foi a comida liofilizada.
CASAS NA PEDRA - A equipe dorme em barracas presas na rocha do monte que inspirou o Paraíso das Cachoeiras, de Up – Altas aventuras.
Eles ferviam água da chuva e enchiam saquinhos para reidratar o alimento. “Tinha peito de peru, mousse de chocolate e açaí. Era bom para caramba!”, diz Frechou. O tempo era gasto em conversas ao som de iPods com Neil Young, Nathalie Merchant, música eletrônica e trance progressivo. “Irado!” 
No oitavo dia a chuva parou. “O plástico salvou nossa vida. Passamos mal, mas não adoecemos”, diz Bruno. Com o céu azul, retomaram a subida. Mas, com a rocha ainda úmida, o avanço foi pequeno. A arrancada ao cume começou no dia 19. Os últimos 200 metros de parede foram vencidos em 72 horas.
Às 12h45 de 22 de janeiro, Frechou atingiu o topo. A sua frente, e vários quilômetros além, estendia-se o cimo da chapada. Lá em cima não há árvores, só arbustos, rocha e poças d’água. “Vimos pássaros, um gambá e montes de caranguejeiras do tamanho de laranjas”, diz Frechou.
O Roraima com os flancos cobertos por neblina, com seus quase 2.800 metros de altitude, sua formação geológica é considerada uma das formações geológicas mais antigas de todo o planeta. Image by © Martin Harvey/Corbis
“As aranhas eram atraídas pelo calor de nossos corpos e pelo sal do suor. Entravam nas roupas, nas botas e meias. Mas não fomos picados.” Para chamar o helicóptero, dispararam o spot, aparelho que enviou um sinal por satélite a Rafael.
Ele decolou ao raiar do dia. Às 7 da manhã, o helicóptero recolheu os brasileiros. Eles estavam magros, com as mãos esfoladas, mas vivos. E sem fraturas. “Agora, meu sonho é Madagascar”, diz Frechou. “Em 2011, quero subir os 800 metros do Tsaranoro.”