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12 de janeiro de 2012

A Via Láctea está recheada de planetas


Descobertas alteram concepção do Universo

A Via Láctea está recheada de planetas

11.01.2012 - 20:38 Por Nicolau Ferreira
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Uma representação da galáxia cheia de planetasUma representação da galáxia cheia de planetas (M. Kornmesser/ESA)
 O primeiro planeta descoberto fora do Sistema Solar, em 1994, foi um elixir contra o isolamento a que a Terra parecia estar fadada. Até aí, para lá de Plutão, o Universo era só formado por estrelas, mas nos últimos 17 anos mais e mais exo-planetas foram sendo descobertos. Um estudo publicado nesta quarta-feira na Natureutilizou uma técnica específica para descobrir planetas, e estima que existam na Via Láctea, ao todo, mais de 100 mil milhões. O que em média, resulta em um planeta por cada estrela.



“Procurámos por provas da existência de exo-planetas ao longo de seis anos, através de observações feitas por microlentes. Incrivelmente, estes dados mostram que na nossa galáxia os planetas são mais comuns do que as estrelas. Também descobrimos que os planetas mais leves, como as super-Terras ou os Neptunos gelados são mais comuns do que os planetas maiores”, disse Arnaud Cassan, em comunicado. O cientista trabalha no Instituto Astrofísico de Paris, é o primeiro autor do artigo e pertence à equipa que faz parte da rede Planet (Probing Lensing Anomalies Network) que procura por planetas através de uma técnica especial.

Os 700 exo-planetas que estão confirmados até hoje foram encontrados maioritariamente através de duas técnicas que já são um clássico da planetologia. Uma detecta diminuições da quantidade de luz emitida por uma estrela sempre que um planeta (ou mais) passa à sua frente, e que faz uma minúscula sombra na Terra. A segunda é através dos efeitos gravíticos que os planetas provocam nas órbitas das estrelas.

Mas o método utilizado para este estudo é mais complexo. Chama-se microlente gravitacional e identifica um planeta observando um fenómeno raríssimo. “Menos de uma estrela em um milhão passa por este efeito a um dado momento”, explica o artigo logo na primeira frase.

É um fenómeno de aumento da intensidade de luz. Quando uma estrela passa atrás de outra, a luz que emite é influenciada pela gravidade da estrela mais próxima e chega à Terra aumentada. Se há um planeta a orbitar a estrela mais próxima, é ciclicamente adicionado um pequeno aumento na intensidade da luz que chega da estrela mais distante.

Ao longo de seis anos, telescópios do Chile e da Nova Zelândia observaram conjuntos de 100 milhões de estrelas à procura deste fenómeno. Sempre que um acontecimento destes era identificado, os telescópios marcavam-no para ser posteriormente estudado com lentes mais potentes.

“De 2002 a 2007 observámos 500 estrelas a grande resolução. Em dez vimos directamente um efeito de lente de um planeta”, disse Uffe Grae Jorgensen, outro investigador que fez parte do estudo. Tendo em conta o número de estrelas em que não encontraram planetas e a raridade do fenómeno que andavam à procura, os cientistas obtiveram um cenário da distribuição dos planetas na Via Láctea.

Uma em cada seis estrelas terá um planeta do tamanho de Júpiter, metade terá um planeta do tamanho de Neptune e dois terços das estrelas da Via Láctea terão super-Terras. “Pensávamos que a Terra poderia ser única na nossa galáxia. Agora, parece que existem milhares de milhões de planetas com uma massa semelhante à da Terra a orbitar estrelas na Via Láctea”, disse Daniel Kubas, outro cientista que participou no estudo.

Planetas mínimos e mais Tatooines

Como se tratasse de uma confirmação da exuberância planetária da Via Láctea, só nesta quarta-feira vários planetas novos foram noticiados. Todos com características especiais.

Depois de em Setembro passado se ter descoberto o primeiro sistema estelar com dois sóis, tal qual o planeta Tatooine, imaginado na Guerra das Estrelas, a Nature publica agora um artigo que descreve outros dois sistemas estelares binários em que um planeta gira em torno de duas estrelas.

Os planetas Kepler-34 b e Kepler-35 b orbitam, cada um, à volta de duas estrelas. Ambos situam-se na constelação do cisne e são gigantes gasosos. O Kepler-34 b está a 4900 anos-luz de distância da Terra, e orbita duas estrelas do tamanho do Sol a cada 289 dias. O Kepler-35 b, a 5400 anos-luz, gira em torno de duas estrelas um pouco mais pequenas, e termina a órbita a cada 131 dias.