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17 de abril de 2011

A ALQUIMIA E OS VERDADEIROS ALQUIMISTAS


"Escuro e nebuloso é o início de todas as coisas, mas não o seu fim."

Kalil Gibran
A transmutação de qualquer metal em ouro, o elixir da longa vida são
na realidade coisas minúsculas diante da compreensão do que somos.

A Alquimia é  a busca do entendimento da natureza, a busca da

sabedoria, dos grandes conhecimentos e o estudante de alquimia éum

andarilho a percorrer as estradas da vida.

O verdadeiro alquimista éum iluminado, um sábio que compreende a

simplicidade do nada absoluto. É  capaz de realizar coisas que a ciência

e tecnologias atuais jamais conseguirão, pois a Alquimia estápautada

na energia espiritual e não somente no materialismo e a ciência a muito tempo perdeu este caminho.

A Alquimia é o conhecimento máximo, porém é  muito difícil de ser

aprendida ou descoberta. Podemos levar anos até  começarmos a

perceber que nada sabemos, vamos então começar imediatamente pois

o prêmio para os que conseguirem é o mais alto de todos.

"O que está em baixo é como o que está em cima."

Transmutação em ouro e imortalidade. A pedra filosofal lhes conferiria além destes poderes, vários outros, tais como: invisibilidade, viagens astrais, curas, etc.
Os segredos alquímicos, constituem adquirir os conhecimen- tos das leis universais e penetrar em uma dimensão

espaço-tempo sagrada, diferente da do cotidiano materialista.
Na alquimia ocorre a transmutação da matéria e do espírito ao mesmo tempo.
Muitos associam a origem da alquimia a herança de conhecimentos
de uma antiga civilização que teria sido extinta.
Alexandre "o Grande" foi quem teria disseminado a alquimia, durante suas conquistas, aos povos Bizantinos e posteriormente aos Á rabes.
 literatura hermética é uma dádiva para aqueles que conhecem os segredos e uma tortura para aqueles que n ão o

tem. "Ao que tem, lhe serádado; e, ao que não tem, até o que tem lhe serátirado".
Animais normalmente tem um significado especial, como por exemplo, a representação dos quatro elementos. O

unicó

rnio ou o veado representam a terra, peixes a água, pássaros o ar e a salamandra o fogo.



Os quatro elementos, porém não eram suficientes para expressar todas as características e assim os alquimistas

adotaram os termos Enxofre, Mercúrio e o Sal.



O caos primordial que deu origem ao universo é comparado no reino mineral àmatéria-prima, que é uma massa em

estado de desordem, que daráorigem à pedra filosofal.



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Reaprender a ver, sentir e ouvir a natureza significa incorporar-se a ela, restando assim relembrar o remoto passado



quando fazíamos parte dela integralmente.



A matéria-prima que dará origem a pedra filosofal constitui um dos grandes segredos da alquimia.



... a partir da emanação de um tipo de energia, na forma de raio diretamente no cadinho e no alquimista. Isto seria

extremamente perigoso podendo até mesmo fazer desaparecer o corpo do alquimista.



Percorre o caminho de Santiago de Compostela, padroeiro dos alquimistas, e encontra um mestre que lhe passa

ensinamentos sobre a matéria-prima.



Paracelso foi, por tudo isto, denominado o "médico maldito" . Apesar disto, hoje podemos perceber suas grandes

contribuições para o desenvolvimento da Química e Medicina.



Newton relata: "Existem outros segredos além da transmutação dos metais, e os grandes mestres são os únicos a

compreendê-los".



INTRODUÇÃ

O



O ideal alquimista não constitui a descoberta de novos fenômenos, ao contrário do que procura cada

vez mais intensamente a ciência moderna, mas sim reencontrar um antigo segredo, que ainda é

inacessível e inexplicado para a maioria. Ela não éconstituída somente de um caminho material, como

por exemplo a transmutação de qualquer metal em ouro. Antes de tudo a alquimia é

uma arte

filosófica, uma maneira diferente de ver o mundo. Não podemos, no entanto, separar o material do

espiritual, uma vez que na Terra estamos encarnados em um corpo, onde um sofre influência do outro,

pois na realidade tudo éuma coisa só, uma unidade, o ser humano. Na alquimia ocorre a transmutação

da matéria e do espírito ao mesmo tempo.



O alquimista adquire conhecimentos irrestritos da natureza, se pondo em um ponto especial de

observação, vendo tudo de maneira diferente. Seria como se uma pessoa pudesse ver tanto o aspecto

físico nos mínimos detalhes bem como as energias associadas a este corpo. O alquimista estaria em

contato total com o universo, enquanto que para todos nós este contato é

apenas superficial.

Na realização da Grande Obra, o alquimista consegue obter a pedra filosofal e modificar sua aura

eliminando a cobiça e a avidez. Descobre que o ouro material não tem grande valor quando

comparado ao ouro interno, ou seja, o caminho espiritual é infinitamente mais importante que as

coisas materiais. Todos deveriam se contentar com o básico para sobrevivência do corpo e se dedicar

por inteiro a busca de um aperfeiçoamento espiritual.



Somente os homens de coraçã

o puro e intençõ

es elevadas serã

o capazes de realizar a Grande

Obra.





A corrida atômica se intensificou durante a Segunda guerra mundial,

onde vários cientistas desenvolveram a bomba atômica que viria a ser a

maior ameaça para a sobrevivência da Terra. Se os alemães tivessem

tido acesso a estes conhecimentos antes, não teria sobrado muita coisa

em nosso planeta. Portanto se os cientistas tivessem mais consciência e

um maior conhecimento das conseqüências de suas descobertas, não

teriam divulgado muitas coisas. Os alquimistas jáconheciam o poder e

os perigos da energia atômica a muito tempo e não divulgaram em

função dos riscos inerentes de uma má utilização destes conhecimentos.

Por isso existe um grande segredo em torno da alquimia.

A ciência na atualidade se especializou tanto que cada vez mais os

cientistas estudam uma parte menor de determinada área. Acreditam

que com isso podem avançar muito mais em determinada direção.

Assim, perdem a visão do todo, tornando-se menos conscientes da



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utilização de tais pesquisas, quer seja para o bem ou para mal.



Os cientistas estão mais preocupados com a fama e dinheiro do que com o próprio sentido da ciência.

Eles podem ser comparados a empresários capitalistas pois para a maioria o caminho é

unicamente

material. Quando pensam no aspecto espiritual este se encontra dissociado de tudo o quanto mais

acreditam. Eles são os sopradores modernos.



O alquimista é

o estudante assíduo da alquimia, aquele que busca o caminho para a iluminação. O

soprador é

um mercenário que só

se interessa pelo ouro que ele poderá produzir e o Adepto é

o

alquimista que realizou a Grande Obra, ou seja um iluminado.



A alquimia é

a mais antiga das ciências e influenciou todas as demais. Tem como principal objetivo

compreender a natureza e reproduzir seus fenômenos para conseguir uma ascensão a um estado

superior de consciência.



Os alquimistas, em suas práticas de laboratório, tentavam reproduzir a pedra filosofal a partir da

matéria prima primordial. Com uma pequena parte desta pedra é

possível obter o controle sobre a

matéria, transformando metais inferiores em ouro e também o Elixir da Longa Vida, que é

capaz de

prolongar a vida indefinidamente.



O ouro é

considerado o mais perfeito dos metais pois dificilmente se oxida, não perde o brilho e

acredita-se que todos os outros metais evoluem naturalmente até

ele no interior da terra. Portanto, a

transmutação é

considerada um processo natural. Os alquimistas somente aceleram este processo,

realizando as transmutações em seus laboratórios. Este tipo de conhecimento ficou sendo o mais

cobiçado, não pelos alquimistas, mas pelos não iniciados, os sopradores como eram chamados. Eles

buscavam a pedra filosofal, que lhes confeririam poderes como a invisibilidade, viagens astrais, curas

milagrosas, etc. Esta pedra filosofal não se constituía necessariamente de um objeto, mas sim energia

que pode ser adquirida e controlada. Este conjunto pedra e alquimista são responsáveis dos poderes

alcançados. Um não iniciado poderia possuir a pedra e dela não desfrutar toda a sua potencialidade

conseguindo, quando muito transformar uma pequena quantidade de chumbo em ouro. A

transformação da matéria-prima na pedra filosofal, juntamente com a transformação do indivíduo

constitui a Grande Obra.



No laboratório, com experimentos e constantes leituras e releituras, o alquimista nasvárias etapas da

transformação da matéria, vai gradativamente transformando a própria consciência. Antes do ouro

metal, o alquimista deveráencontrar o ouro espiritual dentro de si.



Os ideais e poderes pretendidos pelos alquimistas, nos faz correlacioná-los

aos poderes de Cristo, que foi capaz de transmutar água em vinho,

multiplicar os pães, andar sobre a água, curar milagrosamente, dentre

outros. Ele sempre dizia: "aquele que crê

em mim, farátudo que eu façoe

ainda fará

coisas maiores". Os alquimistas buscavam esta pureza e

compreensão espiritual, conseguindo assim, realizar estas obras. Portanto, o

exemplo de Cristo, além do exemplo espiritual, constitui-se em um meio de

descobrir o poder sobre a matéria. Muitos alquimistas consideram Cristo a

pedra filosofal.

Encontrar a pedra filosofal significa descobrir o segredo da existência, um

estado de perfeita harmonia física, mental e espiritual, a felicidade perfeita,

descobrir os processos da natureza, da vida, e com isso recuperar a pureza

primordial do homem, que tanto se degradou na Terra. Portanto, a Grande

Obra eleva o ser a mais alta perfeição: purifica o corpo, ilumina o espírito,

desenvolve a inteligência a um ponto extraordinário e repara o temperamento. A pedra filosofal era

gerada a partir da matéria prima primordial, além de outros compostos, no Ovo Filosófico que é

um

recipiente redondo de cristal onde todos estes compostos vão sendo transformados, em várias etapas,





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sempre utilizando o forno. Este processo freqüentemente é

comparado a uma gestação da pedra

filosofal. Isto seria como reproduzir o que a Natureza fez no princípio, quando sóexistia o caos, porém

de maneira mais rápida, dando melhores condições para que ocorram as transformações.



Portanto, a conclusão da Grande Obra, ou seja, o entendimento dos segredos alquímicos, significa

adquirir os conhecimentos das leis universais e penetrar em uma dimensão espaço-tempo sagrada,

diferente da do cotidiano de todos.



ORIGEM



A origem da alquimia se perde no tempo, sendo mais antiga do que a história da humanidade. Seu

verdadeiro início é

desconhecido e envolto em obscuridade e mistério. Assim, seu surgimento

confunde-se com a origem e evolução do homem sobre a Terra.



A utilização e o controle do fogo separou o animal irracional do ser humano. Nos primórdios, não se

produzia o fogo, porém ele era controlado e utilizado para aquecer, iluminar, assar alimentos, al ém de

servir para manejar alguns materiais, como a madeira. Bem mais tarde conseguiu-se produzir e

manufaturar materiais com metal, a partir de metais encontrados na forma livre e posteriormente

partindo dos minérios.



Muitos associam a origem da alquimia a herança de conhecimentos de uma antiga civilização que teria

sido extinta. Na Terra, játeriam existido inúmeras outras civilizações em diversas épocas remotas,

dentre elas várias eram mais evoluídas que a nossa. Estas civilizações tiveram uma existência cíclica,

com o nascimento, desenvolvimento e morte ocorrida provavelmente por meio de grandes cat ástrofes,

como a queda de um grande meteoro, inundações, erupções vulcânicas, dentre outras que acabavam

por reduzir grandes civilizações a um número ínfimo de sobreviventes ou mesmo por dizimá-las,

fazendo com que uma nova civilização brotasse das cinzas. Os conhecimentos sobre a alquimia

estariam impregnados no inconsciente coletivo de todas as civiliza ções atéhoje ou poderiam ter sido

transmitidos pelos poucos sobreviventes, desta maneira a alquimia teria resistido ao tempo.

Os textos chineses antigos se referem as "ilhas dos bem aventurados" que eram habitadas por imortais.

Acreditava-se que ervas contidas nestas três ilhas após sofrerem um preparo poderiam produzir a

juventude eterna, seria como o elixir da longa vida da alquimia.



No ocidente, o Egito é

considerado o criador da alquimia. O próprio nome é

de origem árabe (Al

corresponde ao artigo o), com raiz grega (elkimyâ). Kimyâ deriva de Khen (ou chem), que significa "o

país negro", nome dado ao Egito na antigüidade. Outros acham que se relaciona ao vocábulo grego

derivado de chyma, que se relaciona com a fundição de metais.



Os alquimistas relacionam a sua origem ao deus egípcio Tote, que os gregos chamavam de Hermes

(Hermes Trimegisto). Alguns alquimistas o considerava como um rei antigo que realmente teria

existido, sendo o primeiro sábio e inventor das ciências e do alfabeto. Por causa de Hermes a alquimia

também ficou conhecida como arte hermética ou ciência hermética.



Os relatos mais remotos de doutrinas que utilizavam os preceitos alquímicos, remontam de uma lenda

que menciona o seu uso pelos chineses em 4.500 a.C. Ao que parece ela teria aflorado do taoísmo

clássico (Tao Chia) e do taoísmo popular, religioso e mágico (Tao Chiao). Porém os textos

alquímicos começaram a surgir na dinastia T'ang, por volta de 600 a.C. Na China, o mais famoso

alquimista foi Ko Hung (cujo nome verdadeiro era Pao Pu-tzu, viveu de 249-330 d.C.) que acreditava

que com a alquimia poderia superar a mortalidade. Atribui-se a ele a autoria de mais de cem livros

sobre o assunto, dos quais o mais famoso é "O Mestre que Preserva sua Simplicidade Primitiva".

Teria aprendido a alquimia por volta de 220 d.C com Tso Tzu. O tratado de Ko Hung, além da

alquimia trata também da ciência da alma e das ciências naturais. Sua obra trata tanto do elixir da

longa vida bem como da transmutação dos metais. Até

então a alquimia chinesa era puramente

espiritual e foi Ko Hung que introduziu o materialismo, provavelmente devido a influ ências externas.



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Ela foi influenciada também pelo I Ching "O livro das Mutações". Posteriormente seguiu a escola dos

cinco elementos, que mesmo assim permaneceu quase que completamente mental-espiritual.

Na China a alquimia também ficou vinculada àpreparação artificial do cinábrio (minério do qual se

extraía o mercúrio -sulfeto de mercúrio), que era considerado uma substância talismânica associada a

manutenção da saúde e a imortalidade. A metalurgia, principalmente o ato da fundição, era um

trabalho que deveria ser realizado por homens puros conhecedores dos ritos e do ofício. A

transformação espiritual era simbolizada pelo "novo nascimento", associada a obtenção do metal a

partir do minério (cinábrio e mercúrio).



A filosofia hindu de 1000 a.C. apresentava algumas semelhanças com a alquimia chinesa, como por

exemplo o soma cujo conceito assemelhava-se ao do elixir da longa vida.



No Egito a alquimia teria surgido no século III d.C. e demonstrava uma influência do sistema

filosófico-religioso da época helenística misturando conhecimentos médicos com metalúrgicos. A

cidade de Alexandria era o reduto dos alquimistas. O alquimista grego mais famoso foi Zózimo

(século IV), que nasceu em Panópolis e viveu em Alexandria, escreveu uma grande quantidade de

obras. Nesta época, várias mulheres dedicavam-se a alquimia, como por exemplo Maria, a judia, que

inventou o um banho térmico com água muito utilizado nos laboratórios atualmente, o "banho-maria",

Kleopatra que possivelmente não seria a Rainha Cleópatra, Copta e Teosébia. Os persas conheciam a

medicina, magia e alquimia. A alquimia possuía um pouco da imagem da população de Alexandria,

era uma mistura das práticas helenísticas, caldaicas, egípcias e judaicas.



Alexandre "o Grande" foi quem teria disseminado a alquimia durante suas conquistas aos povos

Bizantinos e posteriormente aos Á

rabes. Os árabes, sob a influência dos egípcios e chineses,

trouxeram a alquimia para o ocidente ao redor do ano de 950, inicialmente para a Espanha.

Construíram-se escolas e bibliotecas que atraiam inúmeros estudiosos. Conta-se que o primeiro

europeu a conhecer a alquimia foi o teólogo e matemático monge Gerbert que mais tarde tornou-se

papa, no período de 999/1003, com o nome de Silvestre II. Na Itália Miguel Scott, astrólogo, escreveu

uma obra intitulada De Secretis em que a alquimia estava constantemente presente.

No século X, a alquimia chinesa renunciou a preparação de ouro e se concentrou mais na parte

espiritual. Ao invés de fazerem operações alquímicas com metais, a maioria dos alquimistas

realizavam experimentos diretamente sobre seu corpo e espírito. Esta retomada a uma ciência

espiritual teve como ponto culminante no século XIII com o taoísmo budaizante, com as práticas da

escola Zen.



A alquimia deixou muitas contribuições para a química, como subproduto de seus estudos, dentre eles

podemos citar: a pólvora, a porcelana, vários ácidos (ácido sulfúrico), gases (cloro), metais

(antimônio), técnicas físico-químicas (destilação, precipitação e sublimação), alémde vários

equipamentos de laboratório. Na China produzia-se alumínio no século II e a eletricidade era

conhecida pelos alquimistas de Bagdádesde o século II a.C.



COMO APRENDER





"Ora, lege, lege, relege, labora et invenier" (ore, lê, lê, relê, trabalhe e

encontrarás). Esta era uma das primeiras grandes lições que o mestre

alquimista ensinava a seus discípulos.



A literatura alquímica produzida pelos iniciados é

bastante complexa

por estar em linguagem hermética de difícil compreensão. Portanto

para aqueles que pretendem se aprofundar na alquimia, o primeiro

passo é

ler os livros gerais para compreender os fundamentos e

começar a familiarizar-se com a interpretação dos textos herméticos.

Cada livro deve ser relido até

a obtenção de uma compreensão mais

profunda, sendo que as releituras devem ser intercaladas entre os vários



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textos. O último livro lido ou relido mostraráo conhecimento de todos os demais, assim como os

primeiros irão ajudar a entender o último. O estudante deve se fixar principalmente nos livros que

mais lhe agrada.



Apesar de tanto estudo, a maior parte do conhecimento ainda ficaráincompreendida e sóclarearána

prática diária, ou seja, fazendo experiências em laboratório.



A paciência éuma grande virtude a ser desenvolvida, pois vários anos de estudo teóricos e práticos são

necessários para alcançar uma melhor compreensão e posteriormente a conclusão da Grande Obra,

sendo que no caminho muitos fracassos ocorrerão. A maior parte dos que se dedicam a alquimia

desistem e muitos, apesar de não desistirem, não a compreendem mesmo durante toda uma vida. Dos

poucos que conseguem concluir a Grande Obra, a maior parte leva mais da metade de sua existência

para alcançar.



A iniciação talvez seja um processo semelhante ao da criação da própria pedra filosofal. Ela é

considerada como um novo nascimento, a gênese para aquele que recebeu a luz e agora pode

direcionar-se a caminho de um novo começo, com uma outra consciência. Constitui a morte dos

conceitos errôneos e o renascimento das coisas puras e verdadeiras.



A alquimia é

de difícil compreensão porque seus ensinamentos referem-se, ao mesmo tempo, às

operações de laboratório e ao caminho de uma evolução psíquica e espiritual. Portanto os

ensinamentos devem ser interpretados em todos os aspectos.



A observação mais acurada da natureza de todos os seus fenômenos e manifestações deve fazer parte

do dia-a-dia do estudante, ou seja, ele deve sempre estar atento as transformações, aos ciclos

astrológicos (do sol, da lua, dos planetas) e terrestres ( da água e dos nutrientes) e aos pequenos

detalhes (dos animais, vegetais e minerais), pois todo o conhecimento alquímico, inclusive sua

linguagem, provém destas observações e sabendo interpretá-las fica mais fácil compreender a

alquimia.



A dica de alguns alquimistas é

que o estudante faça seu laboratório em local isolado, não divulgue

para ninguém suas intenções devendo ser perseverante, dedicado, calmo, paciente, honesto, caridoso,

acredite em Deus e principalmente que consiga um capital para poder dedicar-se totalmente aos

estudos, incluindo além das despesas básicas, livros e equipamentos para o laboratório, ou que consiga

uma atividade que possibilite uma grande disponibilidade para a dedicação ao estudo. Cada um deve

procurar o melhor caminho para obter tempo e recursos para uma total dedicação.



O encontro com o mestre



Apesar do estudante ter lido inúmeros livros dos iniciados,

realizado experimentos em laboratório e possua inteligência

suficiente, ainda não será capaz de atingir o cerne dos segredos

"sozinho". A literatura hermética é

uma dádiva para aqueles

que conhecem os segredos e uma tortura para aqueles que não



o conhecem. "Ao que tem, lhe serádado; e, ao que não tem,

até o que tem lhe serátirado".

Quando o estudioso de alquimia estiver preparado, ou seja,

quando esgotarem suas possibilidades de estudos teóricos e

práticos e os conhecimentos estiverem presentes em seu consciente e inconsciente, ele encontraráa

figura de um mestre que o conduziráao caminho da sabedoria e iluminação, tornando-o um iniciado

na arte sagrada podendo assim concluir a Grande Obra. Este mestre pode se revelar na forma de anjo

ou espírito. Poucos foram os que encontraram um mestre vivo que lhes passasse os grandes

conhecimentos, pois os alquimistas não revelavam seus segredos nem para seus próprios filhos,

somente para os puros de espírito que estiverem preparados. O estado de semiconsciência, necessário





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para obter o sonho ou visão é

normalmente atingido após longas horas de concentração, meditando

sobre os livros ou quando parado no laboratório esperando e observando as transformações dentro dos

recipientes alquímicos.



Nos relatos do encontro com um mestre, normalmente este éum homem de meia idade, veste roupas

simples, têm cabelos lisos e negros, estatura mediana, magro, rosto pequeno e comprido e não tem

barba. Estas são as características de Saturno, que é

o "sujeito dos Sábios", o velho, o planeta mais

longe da Terra. Podendo designar também a matéria-prima.



LINGUAGEM HERMÉTICA



Animais normalmente tem um significado especial, como por exemplo, a representação dos quatro

elementos. O unicórnio ou o veado representam a terra, peixes a água, pássaros o ar e a salamandra o

fogo.



O corvo simboliza a fase de putrefação do processo, que fica da cor negra. Enquanto que um tonel de

vinho representa a fermentação.



A caverna representa a fase de dissolução, quando a matéria se aprofunda, se racha e se abre.

Em muitos textos os metais estão representados pelos planetas correspondentes (veja os sete metais)

pois eram preparados elixires de outros metais, além do ouro e da prata.



A balança representa o ar, a sublimação, as proporções naturais.



A figura de um andrógino ou de Adão e Eva, representam a matéria prima, composta do mercúrio e do

enxofre.



O anjo simboliza a água - "Espírito da Pedra".



A matéria-prima, bem como o próprio alquimista, podem ser representados pelo bobo, pelo peregrino

ou pelo viajante.





A imagem de uma rocha, cavernas, montanhas e outras

representações de grandes blocos de pedra, sob o qual encontram-

se tesouros. A cena ainda pode conter uma árvore, uma nascente,

um dragão montando guarda, mineiros trabalhando, isto tudo evoca

a matéria-prima, que também é

comparada àvirgem, pois ainda

não recebeu o princípio masculino, ou com uma prostituta que é

capaz de receber todos os princípios masculinos, comparando

assim a matéria-prima com a facilidade de unir-se aos metais. Ë

capaz de abrigar dentro de si todos os metais, apesar de não ser



metálica. Os alquimistas também chamavam a matéria-prima de lobo cinzento.



Uma mendiga ou uma velha representa o aspecto desprezível e repulsivo da matéria-prima ou raiz

metálica.



O leite da virgem designa o mercúrio comum ou primeiro mercúrio por fluir sem cessar de uma coisa a

outra, alimentar tudo e passando de um ser a outro, até

mesmo da vida para a morte e vice-versa.

O eixo do mundo ou o eixo do trabalho do alquimista é

representado pela árvore em que a matéria-

prima constitui a raiz.



Uma luta entre o dragão alado contra o dragão áptero, de um cão com uma cadela ou da salamandra

com a rêmora, representam o combate entre o volátil e o fixo, o feminino e o masculino, ou o mercúrio

e o enxofre, os dois princípios que estão contidos na matéria. Enquanto que a união entre estes dois

princípios érepresentada pelo casamento do rei e da rainha, do homem de vermelho com a mulher de



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branco, do irmão com a irmã(pois eles provém de uma mesma matéria mãe), de Apolo e Diana, do sol

e da lua ou juntar a vida à

vida. Normalmente a este casamento precede morte e tristeza.

Apanhar um pássaro significa fixar o volátil.



O leão verde normalmente éassociado ao sal.



A pessoa iniciável ou a substância inicial (matéria-prima) pode ser representada pelo filho mais jovem

de uma viúva (que representa Ísis) ou de um rei, um soldado que jácumpriu o serviço militar, um

aprendiz de ferreiro, um jovem pastor, o filho de um rei em idade de se casar e outros casos

semelhantes.



O abismo, um recife e outros perigos de uma viagem representam os cuidados ou os perigos que o

fogo conduzido inadequadamente podem causar.



O dissolvente universal tanto é

associado ao sal como ao mercúrio normalmente é

representado por

uma fonte, leão verde, água da vida ou da morte, água ígnea, fogo aquoso, água que não molha as

mãos, água benta, vento, espada, lanterna, cervo, um velho, um servidor, o peregrino, o louco, mãe

louca, dragão, serpente, Diana, cão, dentre outros.



Os alquimistas utilizam também alfabetos secretos, codificados, anagramas e criptografia. Além de

simples sinais que identificam uma operação, substância ou objeto.

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