Cameron eleva o tom e diz que não permitirá a cultura do medo
De Danny Kemp e Nathalie Auriol (AFP) – Há 4 horas
De Danny Kemp e Nathalie Auriol (AFP) – Há 4 horas
LONDRES, Reino Unido — O primeiro-ministro britânico, David Cameron, voltou a elevar o tom nesta quarta-feira, depois da quarta noite consecutiva de distúrbios no país, ao assegurar a uma opinião pública cada vez mais inquieta que "a resposta está a caminho" e ao autorizar o uso jatos d'água.
Depois de mais uma noite de violência, que chegou à cidade de Manchester (noroeste) e que deixou três mortos em Birmingham (centro), aparentemente membros de um grupo de autodefesa da localidade, Cameron prometeu que não deixará que a "cultura do medo se instale nas ruas".
O primeiro-ministro anunciou que a polícia será autorizada a utilizar "todas as táticas que considerar necessárias", e estas incluem o uso de jatos d'água, reservados até agora para a repressão na Irlanda do Norte, una província britânica confrontada regularmente a choques políticos-religioso.
"Uma resposta era necessária e a resposta está a caminho", completou, em um breve discurso após uma reunião, pelo segundo dia consecutivo, com o gabinete de crise em Londres.
Na quarta noite de distúrbios, grupos de jovens destruíram o centro de Manchester. Os saqueadores também atacaram em várias cidades industriais do centro da Inglaterra, incluindo Birmingham.
Em Londres, no entanto, não foram vistas as cenas de violência que deixaram as ruas de várias zonas da capital em chamas na segunda-feira. Grupos de autodefesa foram formados para proteger os bairros e o governo mobilizou 16.000 policiais.
As forças de segurança prenderam mais de 1.100 pessoas em todo o país por atos de violência e saques, iniciados na noite de sábado no bairro Tottenham (zona norte de Londres), após a morte de um homem de 29 anos em uma ação policial.O prefeito de Londres, Boris Johnson, que pertence ao Partido Conservador de Cameron, pediu ao Executivo que reconsidere os planos de cortar o número de policiais como parte das drásticas medidas de austeridade destinadas a reduzir o déficit orçamentário.
A oposição não poupa críticas e alega que os cortes nos serviços sociais e o fracasso na administração dos problemas sociais profundos contribuíram para a explosão dos distúrbios.
Algumas das zonas mais pobres da Grã-Bretanha explodiram na terça-feira, como no bairro de Toxteth em Liverpool (noroeste), que em 1981 registrou grandes distúrbios, quando 200 pessoas enfrentara a polícia.
Grupos de jovens mascarados incendiaram vários edifícios em West Bromwich e em Wolverhampton (centro da Inglaterra), enquanto outros lançaram coqueteis molotov contra uma delegacia em Nottingham. A violência também sacudiu Gloucester (oeste da Inglaterra).
O epicentro da violência de terça-feira foi Manchester, onde a polícia teve que recuar diante de centenas de jovens enfurecidos.Em Birmingham, a segunda cidade em tamanho do país, a polícia prendeu um homem e abriu uma investigação após a morte de três homens asiáticos.
Segundo a BBC, as vítimas haviam acabado de deixar uma mesquita e integravam um grupo de autodefesa do bairro. Quase 200 pessoas se reuniram ao redor do hospital que recebeu as vítimas. A polícia não confirmou se as mortes estavam diretamente relacionadas aos distúrbios.Até o momento a única vítima fatal dos distúrbios é um homem que foi encontrado em um carro no bairro de Croydon, zona sul de Londres, com um tiro na cabeça.
A violência levantou dúvidas sobre a segurança a menos de um ano dos Jogos Olímpicos de Londres e obrigou o cancelamento do amistoso desta quarta-feira entre Inglaterra e Holanda, que seria disputado no estádio de Wembley.
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